Nos bastidores se chegou a cogitar outros nomes tucanos devido a divergências internas. Pedro Vilela diz que nada disto existe e que a posição em relação à candidatura de Rui Palmeira já é sacramentada, portanto. O deputado federal reconhece que os principais – ou o principal! – rivais de Palmeira possam sair de dentro da Câmara de Deputados.
Questionei Pedro Vilela ainda sobre a análise que ele fazia do atual Executivo. “Eu participei da gestão durante um ano e três meses (Vilela foi secretário municipal de Esporte e Lazer) e reconheço no prefeito ser um homem sério e com muita vontade de acertar. Ele tem dado o seu melhor para que Maceió avance”.
“Ele não acertou em tudo, mas o que dificulta é a conjuntura nacional e a forma como o governo federal trata as prefeituras que é ruim e danosa. O prefeito é quem está na ponta e é quem a população recorre e muitas vezes não tem condições de atender”, ainda complementou Pedro Vilela.
Em 2016, o partido se organiza – conforme Vilela – para se ter alguns projetos vitoriosos. Em 2014, o PSDB não conseguiu construir uma candidatura de sucessão ao governo, encaminhando o vereador por Palmeira dos Índios, Júlio Cezar para uma tarefa amarga. Isto acabou esfacelando o partido.
Resultado? Durante o próprio pleito a maioria dos tucanos debandou para dentro da campanha vitoriosa de Renan Filho (PMDB) e hoje – no parlamento estadual – já se encontram, com exceção de Rodrigo Cunha (PMDB), na base governista.
Vilela afirma que ainda não conhece o posicionamento oficial dos tucanos em relação a fazer parte da bancada governista. Mas Edival Gaia (PSDB), Bruno Toledo (PSDB) e Gilvan Barros Filho (PSDB) já se posicionaram assim. Estarão estes tucanos em que projeto no ano que vem?
São citados como possíveis candidatos à Prefeitura Municipal os deputados federais Ronaldo Lessa (PDT), Cícero Almeida (PRTB) e até João Henrique Caldas, o JHC (Solidariedade). Este último é aliado de Rui Palmeira e seu partido faz parte da base da administração do tucano. JHC indicou a pasta municipal do Meio Ambiente.
João Henrique Caldas tem trabalhado – em Brasília – para ter um mandato de visibilidade. Tanto com projeção local, quanto nacional. Tanto é assim que o deputado federal busca ocupar lugar de destaque na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Cícero Almeida – por sua vez – não esconde o desejo de disputar o Executivo municipal. O ex-prefeito de Maceió estuda até uma mudança de partido com este objetivo.
Almeida quer estar em uma sigla onde tenha voz de comando no âmbito estadual. Ronaldo Lessa – em recentes entrevistas – tem dito que ainda é cedo para esta discussão. Outra força que também pode se posicionar para disputar a Prefeitura Municipal de Maceió é o PMDB do governador Renan Filho.
O governador conversou com este blogueiro sobre o assunto. Renan Filho diz que o foco do PMDB estadual é fazer um bom governo e que ainda é cedo para adiantar esta questão. “A Prefeitura de Maceió não está no radar do PMDB. Temos outros partidos da nossa base aliada que pensam nesta disputa e vamos sentar para conversar no momento certo”, frisou Renan Filho.
Há um nome – conforme bastidores – dentro do PMDB que sonha com este cargo: o presidente da Câmara Municipal de Maceió, Kelmann Vieira.
Situação tucana
Ainda sobre o enfraquecimento dos tucanos no Estado, Pedro Vilela salienta que tudo foi reflexo do partido “não ter tido um projeto vitorioso”, mas que o partido ainda tem espaço e peso na política local. “O PSDB sempre foi um partido muito forte em Alagoas. Elegeu prefeitos, vereadores, e tem uma bancada na Assembleia. Em 2014 houve um percalço na majoritária. Entendíamos que o Eduardo Tavares era a pessoa certa. Foi uma proposta ousada e inovadora, mas por motivos pessoais ele desistiu. Nós havíamos compreendido o sentimento da rua e ele venceria aquelas eleições. No momento que ele desistiu e isto acabou por prejudicar o processo como um todo”.
“Com o recuo o partido passou por um momento de reflexão e espalhamento. Embora algumas posições e bandeiras continuavam firmes, como o apoio a Aécio Neves na disputa pela presidência. Fortalecemos as chapas proporcionais. Quase elegemos dois deputados federais, que seria o Rogério Teófilo. Faltou poucos votos. Mas o PSDB continua forte e trabalhando em sintonia. Em abril faremos a convenção estadual do partido para ajustar e preparar para as próximas disputas”, colocou Pedro Vilela.
Vilela disse que o partido ainda vai discutir uma posição em relação ao governo de Renan Filho (PMDB). De acordo com ele o fato dos deputados do PSDB já declararem apoio ao governador ainda não é uma posição de executiva estadual. “O suposto apoio dos deputados do PSDB sendo base do governo ainda não é definido. O que há é um entendimento entre eles de votar questões e matérias que sejam importantes para o Estado. O que for bom para Alagoas, a bancada votará favorável. A orientação é essa. Em relação às cutucadas do governador em relação à gestão anterior a gente segue a orientação do ex-governador Teotonio Vilela Filho para não virar bate-boca na imprensa”, salientou.
“Eu não votei no Renan Filho, mas no que eu puder ser útil em Brasília para ajudar Alagoas, eu ajudarei. Não dá para fazer barganha política ou picuinha. Se alguém fizer isto – como já ocorreu – nós não iremos para frente. O que for do interesse do Estado estaremos juntos. Eu conversei com o governador recentemente em relação às emendas para os deputados novatos. Há interesse em projetos de Saúde e ele me solicitou que contemplasse com as minhas emendas. Se o projeto é bom, terá o meu apoio”, explicou ainda Pedro Vilela.
BLOG DO VILLAR/CADA MINUTO
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